Que tal fazer um terrário para enfeitar a sala de aula? Fácil e gostoso de fazer, o terrário é um belo experimento para a Educação Ambiental, além de proporcionar um belo ornamento verde.
Aqui, usei um vidro que, como tudo o que eu uso, foi encontrado no lixo. Não faço ideia do produto que continha, mas é um vidro do tipo daqueles que abriga as salsichas em conservas nos botequins.
Para montar o terrário, reproduzimos alguns aspectos da crosta terrestre, O lençol freático, a camada rochosa que abriga o lençol, as camadas de solos menos desgastadas até a superfície. Nossos materiais, Pedregulhos, pedriscos, pó de tijolo comum, de telha cerâmica e de concreto, solo, um pouco de esterco bovino seco, composto orgânico, as plantas e água.
Uma dica que me deram- pois não sou tão conhecedor do assunto, mas adoro fazer umas experiências- é essa que eu já venho seguindo, triturando um pouco de pedra, adicionando nutrientes orgânicos e água, e a natureza fará com que desse pó germine as sementes. Assim montei o terrário, primeiro com uma pequena camada de pedregulhos, o que representará as rochas profundas dos solos. Elas formarão o leito do nosso lençol freático. Sobre essa camada, adiciono uma camada de pedriscos de construção, nosso leito rochoso está formado.Tendo as duas camadas de rochas montadas, adiciono três camadas de material de construção triturados, sendo uma de concreto, uma de cerâmica e uma de tijolo comum. A cerâmica e o tijolo comum são ricos em argila, já o concreto, em areia e pedras e calcário. Juntos, darão características importantes ao nosso experimento, uma vez que a argila agirá como filtro, retendo umidade no nosso solo superior, também são ricos em minerais, necessários à alimentação das plantas. Tanto o tijolo como a cerâmica, absorvem grande quantidade de água, o que fará com que, no caso de atraso no processo de evaporação, essa umidade se desprenda. O concreto contem cimento e cal, além de rochas e minerais resultantes da areia, isso favorece tanto a mineralização quanto a correção de PH do nosso solo.
O composto que utilizei não foi peneirado, contendo grande quantidade de pequenos galhos e talos de folhas secas. Isso é legal pois intensifica o processo de alimentação da planta, uma vez que as raízes se alimentarão da parcela já descomposta tendo como reposição, a matéria ainda em processo de decomposição. Alimento de reposição.
O solo usado é um solo comum, retirado de um cantinho do quintal. Raízes e pequenos insetos irão fazer parte desse nosso solo. Tudo é pensado para que fique o mais natural possível.
Aqui temos a montagem, a colocação dos pedregulhos ao fundo, onde será formado o leito do nosso lençol freático, recoberto pela segunda camada, de pedriscos menores. As camadas não podem ser muito espessas, pois necessitamos montar toda a nossa crosta e ainda dispor espaço para as nossas plantas.
Cá, Vemos como ficou a nossa camada rochosa. Os espaços vagos serão ocupados por água, daqui ela sairá em forma de vapor, chegando à superfície da nossa vegetação. Se bem feito e tudo correr bem, as gotículas se formarão na tampa e nas laterais da nosso biosfera, o que representará os ciclos da água.
Já aqui, temos a camada de filtro, servindo também para a mineralização das águas lixiviadas. Nela, pretende-se reter uma quantidade de água necessária para alimentar as raízes. As partículas mai finas serão carreadas se aglomerando sobre a areia do concreto formando esse filtro.
Também no nosso solo, adicionamos uma pequena quantidade de rochas, essas irão reter umidade e liberar minerais conforme a ação de intemperes. Umidade, temperatura e ação biológica aturarão sobre as rochas fragmentando-as, raízes irão se decompor e algumas irão brotar, assim como sementes e pequenos insetos continuarão a habitar o nosso solo.
Essa é a visão da nossa crosta, já composta pelas camadas necessárias para receber a parte superficial, o solo rico em matéria orgânica e nossas plantas. Sobre ela, adicionei duas colheres de esterco bovino seco. Esse servirá de alimento para as raízes mais profundas.
Aqui já temos o nosso solo pronto, o lençol freático, o manto rochoso, as camadas de solo e a superfície. Basta penas irrigar o nosso sistema, de forma que o nível da água não ultrapasse primeira a camada, ou seja, a de pedregulhos.
Aqui vemos o nosso lençol freático já preenchido. Após a adição da água, nosso solo irá se assentar sobre as rochas, ficando um pouco mais compacto. A coloração da água no fundo do vidro representa o carreamento das partículas, uma vez que o nosso solo não está estabilizado. Com o passar do tempo, será possível visualizar a aglomeração de partículas devido à ação da matéria orgânica no agregamento de partículas e a formação de espaços vazios, onde estará disponível o oxigênio necessário para a respiração das plantas, o que também ocorre através das raízes.
Agora é só escolher o tipo de vegetação que se quer cultivar em nossa biosfera. No meu caso, escolhi duas espécies, como não conheço muito de plantas ( nada mesmo), uma me foi apresentada como suculenta e a outra, apenas folhagem. Mas o importante é que exista a vegetação, ela será responsável pela fotossíntese, absorvendo o CO² resultante da respiração biológica e o ciclo de oxigenação da nossa pequena biosfera.
Agora é só pensar a forma como iremos dispor as nossas plantas no solo. No meu caso, dispus as plantas nas laterias do recipiente, o que pode ser um problema, uma vez que as raízes que alcançarem a luz não se desenvolverão. Também pode ser benéfico, uma vez que, não se desenvolvendo as raízes, a planta também estará limitada em tamanho. Alguns pedregulhos colocados ao lado dão a aparência de um solo rochoso.
Também como ornamento, podemos usar a criatividade, pequenas conchas foram adicionadas ao solo, junto com alguns pequenos galhos ainda secos. pretendo, nos próximos dias, montar um pequeno banco com palitos de fósforos e adicioná-lo à paisagem. Tudo dependerá de como irá se desenvolver o meu pequeno ecossistema.
Agora é só lacrar o vidro e acompanhar o desenvolvimento. No meu caso, coloquei-o em um local onde ele não receberá muita irradiação direta do sol, pois o mesmo se torna uma estufa e o excesso de calor pode prejudicar as nossas plantas.
Nem todos os terrários se desenvolvem bem como muitos dizem. Tipo de solo, iluminação, temperatura, umidade e outros fatores podem influenciar no desenvolvimento de nossa experiência. Meu primeiro terrário não durou uma semana, provavelmente pelo resíduo existente no recipiente (um forte odor de pimenta que não se desprendia do frasco). Já o segundo, durou por cerca de quatro meses, quando morreu no período do verão devido à forte irradiação do sol e temperatura, e o terceiro foi aberto no terceiro mês, depois que uma samambaia brotou em seu interior, sendo assim, o abri para que a mesma pudesse se desenvolver livremente. Em uma escola, fizemos à partir de garrafas PETs cortadas e lacradas com filme plástico. Até quando pude acompanhar, menos da metade resistiram até o final da experiência, a que se desenvolveu durante um mês, mas o pouco que durou foi suficiente para que pudéssemos brincar bastante com as crianças. O importante de tudo isso é tentar, observar as ocorrências e compreender como age a nossa mãe natureza.
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