Como última postagem de trabalho, em 26 de julho de 2013, apresentamos um tutorial
de como construir um terrário.
Se bem feito, o terrário nos possibilita
trabalhar o pensamento crítico de crianças e jovens através da exploração das ocorrências vivenciadas em trabalhos de conscientização e Educação Ambiental.
O terrário funciona como uma biosfera, e nele, o clima quente
e úmido, favorece o desenvolvimento das plantas de forma que algumas das ocorrências descritas na teoria possam ser visualizadas de forma isolada...
O recipiente funciona como a
atmosfera, retém gases e vapor de água. O clima externo refrigera o vapor de
água que entra em contato com as paredes do frasco formando gotículas de água,
que se assemelham à chuva.
Pequenas raízes iniciam um processo de quebra de rochas e a
água que escoa pelo solo inicia uma dissolução de sais minerais. Micro
organismos decompõem a matéria orgânica que também é dissolvida pela água... As
raízes captam esse material que é transferido para as demais partes da planta,
na construção de folhas, galhos e raízes.
Através da luz solar, o CO² liberado pela respiração dos
microrganismos e da própria respiração da planta, é transformado em alimento
para a planta... é através da fotossíntese que nossa biosfera se mantém viva,
mesmo que lacrada.
Mas o bacana é que, mesmo lacrado, há uma possibilidade de
existir perca de vapor de água para o meio externo, certo? Porém, no planeta
Terra, a quantidade de água é sempre a mesma, ela não se perde. O que se ocorre
é que pode haver uma variação na forma como ela se encontra disponível, em
geleiras, no subsolo, nas nuvens, em rios e outros meios.
Como não houve nenhuma forma de irrigação, depois de 6 meses, perceberemos que nossa biosfera está
seca, já não havendo água em quantidade suficiente em seu lençol freático...
Será que toda ela evaporou através do lacre?
Claro que não... parte dela se perdeu da biosfera sim,
através de pequenas frestas que ficaram. Variações de temperatura fazem com que
exista uma dilatação de corpos, assim como também altera a pressão
interna fazendo com que parte desse vapor d’água se perca da nossa biosfera...
Porém, as nossas plantinhas também cresceram, e a quantidade de água existente
em suas células também aumentou.
Nosso corpo é constituído, em grande parte, por água.
Cerca 70% do peso de um homem é constituído por água. Nas plantas também é
assim, quanto maior a estrutura corporal, maior será a quantidade de água que
será retido em sua constituição.
O legal do terrário é que ele tende a ser sustentável em
algum momento, e o conceito de sustentabilidade é bem compreendido quando a sua
estabilização se dá por completo. Assim como na Terra, a quantidade de
elementos existente dentro da nossa biosfera é única. Nada entrará e nada sairá
dele, o limite de desenvolvimento desse sistema se dará a partir da limitação
de espaço, da quantidade de material e do ciclo dos elementos nele contidos.
Para que não exista falta de água em nosso mini-bioma, eu
acrescentei uma pequena quantidade de água. A tendência agora é que, a partir
do momento em que os limites da nossa biosfera estejam consolidados, o fluxo de
água, de nutrientes e de gases se faça constante, ou seja, a manutenção das
suas condições se darão à partir das interações ocorridas dentro do bioma...
Raízes, plantas, solos, água, gases, temperatura e
microrganismos passarão à interagir de forma que a estrutura existente seja
mantida... Talvez seja essa a percepção que deveríamos ter nosso planeta, finito
em limites de exploração e apropriação. Onde não dá para repor as águas que
perdemos, onde não dá para extinguir espécies ou recursos, onde não dá para
alargar os limites de seu território.
A quantidade de informações aqui contidas é mínima, se comparado
à complexidade de temas possíveis de serem abordados nesse experimento. É
possível fazer com que a prática educacional seja uma prática envolvente, que
possa fazer pensar, capaz de construir saberes que venham a trazer novas
formas de utilização dos recursos de nosso planeta. Mas não sou eu que irei
fazer com que isso ocorra, não será os nossos governantes ou os grandes
empresários e Corporações, não serão os estudiosos ou a população. Essa é uma
tarefa que deve ser partilhada por todos, na união de esforços e na descoberta
de possibilidades, na formação educacional dessa nova sociedade que almejamos.
Para aqueles que querem, fica o convite... Vamos construir
um futuro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário