A criança aprende com aquilo que a diverte. Cada vez que a criança entra em contato com uma novidade, ela imagina, cria teorias e hipóteses para tentar explicar aquela ocorrência. Ela pesquisa, fantasia, avalia, brinca, e internaliza o conhecimento. O contato com a natureza proporciona novas visões, traz elementos desconhecidos, ou pouco observáveis, de um meio que está ali, trabalhando em prol da nossa existência, mesmo que de forma despercebida.
É nessa época em que aprendemos o bom da Vida, Na infância, as aprendizagens que se constroem formam bases de novas aprendizagens, conhecimentos que irão nos acompanhar pela vida inteira. O descrever, através do desenho, gera registros no papel e na mente. Elementos podem ser jogados, direcionando o questionamento e a inventabilidade. A criança conhece a natureza à seu modo, interage com ela de forma inocente, de forma criativa.
É importante que ela possa ver como as coisas acontecem. Como será que cabe um pé de feijão dentro do grão? A rotina de experimentações, a interligação das atividades, a análise da "engenharia" fabulosa da natureza faz a criatividade se expandir, as ideias se formarem e o conhecimento fluir. É através da prática da observação que se conecta os pontos, que se encaixam as peças do conhecimento.
E é isso o que queremos mostrar. Há possibilidades, há mecanismos, há propósitos... Não pensamos em uma atividade que possa promover visualizações, mas vivências e experiências, aprendizagens e hábitos. De nada adianta a competitividade e a exploração se nós não sabemos pensar os sentidos desses termos ou as ações resultantes deles. De nada adianta a promoção individual quando a integridade de um todo não favorece o desfruto dessa promoção. O conjunto ecológico é bem mais amplo que o conhecê-lo, que o explorá-lo, que o competir pelos seus recursos. O conjunto ecológico nos pede que possamos coexistir, compartilhar, comprometermo-nos com ele para que possamos evoluir.
Mas não é tão fácil assim... É preciso se iniciar por algum local, por algum ponto na escala da introdução. É preciso que existam portas e que estas estejam abertas. Em consonância com a legislação educacional, as atividades de Educação Ambiental devem permear por todas as disciplinas e em todas as etapas da educação, criando vínculos, efetividade e possibilidades de aprendizagens. Antes de qualquer coisa, é preciso que ela exista dentro do contexto educacional, na vontade da sua realização.
O simples ato de modificar a nossa forma de expor ideias pode favorecer, e muito, na forma como são vistas as teorias descritas nos currículos. O dizer e o fazer se completam no processo de aprendizagem, o unir possibilidades, o reconstruir, a partir do lixo, realidades aproveitáveis de aprendizagem. A Reciclagem e a Reutilização são atos que sucedem o Repensar, e o Repensar não envolve apenas algumas ações do nosso cotidiano, envolve toda a cultura e toda a aprendizagem.
Somos capazes de fazer, de deixar que nossas crianças e jovens façam. Há meios possíveis de incitar essa capacidade de fazer, de favorecer o pensar ecológico em harmonia com o pensar econômico. Há meios de se pensar o mundo de forma sustentável, de maneira que as nossas ações possibilitem ações naturais de recuperação do meio. E é isso que precisamos fazer, pois não conhecemos o amanhã e as suas possibilidades de intervenção quanto à nós, meros seres dessa magnífica engenharia. Vamos tentar estar presentes, com nossas ideias, com nossas ações e algumas publicações, que embora sejam simples, trarão os caminhos percorridos por nós, passíveis de serem adaptados e reformulados dentro das perspectivas de cada um de vocês.
Paz e luz à todos...
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