Em algum ponto do planeta, um homem é estimulado a produzir grãos. Desmata, lavra, semeia e colhe. Sua colheita abastece as cidades e finda a fome. O solo se enfraquece, tudo o que ele produziu em nutrientes foi retirado em forma de alimentos. Usa-se recursos químicos para continuar a produzir, leva-se a saúde do solo para as cidades, de modo constante.
Nas cidades, a alimentação gera rejeitos, parte é destinada aos esgotos, parte ao lixo. Se por um lado o solo morre por falta de nutrientes lá na cadeia produtiva, essa falta configura excesso na captação urbana, matando o solo por contaminação excessiva.
Assim modificamos a receita da Terra, em nome de nossa sobrevivência, transformamos flora e fauna naturais em vetores, em contaminantes, em desperdício, em ambos os locais distintos. Condena-se duas áreas e todo o seu conteúdo físico-biológico em função do prazer humano. Não são os grandes produtores, os governantes ou os moradores das áreas urbanas, os únicos responsáveis por tais situações, mas sim todo o conjunto com essa consciência egoísta e desarmoniosa, um conjunto com elementos nulos por nossas atitudes, perante os demais componentes que constituem a Terra.
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