Trabalhar a conscientização de crianças e jovens é mais que uma atividade de ensino, no momento em que trabalho as ocorrências dos nossos espaços físicos, e nesse sentido, somos todos alunos de uma escola maior, somos todos aprendizes do tempo, do clima, dos agentes naturais, da vida.
Ontem me desdobrei para montar uma postagem, passeei pelo bairro, pelo meu local de trabalho, pela minha calçada, tudo para poder ilustrar uma das equivocadas maneiras de agir do sujeito homem.
Em um habitat natural, as folhas caem, forram o chão e alimentam seres diversos que compõe a saúde dos solos, por consequência, os resíduos destes seres servem de alimento que é captado pelas raízes, propiciando a saúde das plantas que compõem a vegetação, a vegetação saudável favorece o equilíbrio da comunidade ecológica desta área, solos, vegetação, água, atmosfera e clima, animais, insetos, microrganismos, todo o conjunto se torna único e belo, natural...
Pois bem, minha postagem de ontem é complementada com a ocorrência de hoje. Nossa horta, na escola Luíza Maria Bernardes Nory está localizada em uma área arborizada, o solo não contém vegetação devido à estiagem da estação e as folhas caem em cascatas, forrando o solo arenoso. Uma das provocações que gosto de fazer, com a finalidade de demostração do processo de recuperação natural de uma área, de forma simples e de fácil absorção pelas crianças, é a urtilização de espaços e materiais naturais da área, em processos que se assemelham aos processos naturais ocorridos em áreas em equilíbrio ambiental. Nesse caso, a abundância de folhas que caem no solo são amontoadas para posterior utilização no processo de compostagem.
Nestes locais e, naturalmente, existe uma frequente mobilização de pequenos animais, pássaros, insetos e microrganismos que migram das demais áreas, passam a residir sob a matéria orgânica em repouso. Ao passo em que existe a umidade, colônias de decompositores vão se formando, modificando a estrutura do solo de modo visivelmente eficiente.
Nossa área tem solo compactado, prevalece a areia natural da desfragmentação do solo descoberto, pobre e compactado. Ao rastelarmos o solo para a remoção das folhas, notamos a presença de plantas que retém folhas em seus ramos e galhos, a remoção é dificultada e inicia-se um processo de acúmulo. Ao retirar os excessos, percebemos uma granulometria e coloração diferenciada, originária da deposição de material decomposto e de resíduos dos seres vivos. Assim mantemos duas leiras de folhas secas, amontoadas nas duas extremidades do terreno. Assim também temos uma compostagem natural, o que ilustra a postagem anterior.
Por isso digo que a conscientização se faz da percepção e que o tempo é senhor das mudanças, quando não há um disciplina à ser ministrada. Primeiro aprende-se a observar as ocorrências, com o tempo percebe-se a vida e por fim, aprende-se a amar a Terra em sua essência viva. Tivéssemos a oportunidade criar um espaço ecológico, tivéssemos a oportunidade de recrutar os jovens e crianças em situação de vulnerabilidade, tivéssemos condições de reciclar áreas, resíduos, pessoas, costumes, saberes...
Temos condições, mas não sabemos se existe a vontade.
Vista da horta, hoje.
Folhas e solo descoberto.
Folhas e papel.
Área limpa, sem cobertura, areia.
Local de vegetação, acúmulo de matéria orgânica decomposta.
Mancha de solo com matéria orgânica.
Mancha de solo sem matéria orgânica, areia.
Contraste de coloração.
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