A degradação ambiental é um processo que se inicia quando da moderação dos propósitos da preservação. É uma prática gerada da camuflagem de conflitos existentes, na mitigação de aspectos referentes as vontades e necessidades de padrões estabelecidos, aos quais somam-se direitos e restringe-se deveres. E o é assim, em todas as camadas da sociedade.
Com relação ao aspecto ambiental, a educação difere nos padrões de percepção do sujeito social, sendo que este deve estar apto para o convívio social e ao trabalho, porém apto também para decidir como será a sociedade de seu convívio, de forma ativa e capacitado à intervenção e a integração. Não há democracia e nem cidadania quando existem conflitos implícitos, ou seja, existem, mas cogitam irrelevâncias.
Tais conflitos são meras conveniências quando tratados de maneira desproporcionais, empecilhos cumulativos passivos de prevenção, porém, agravantes de difícil correção, quando extrapolados limites da inanição, não havendo reação da população, agente de fomentação e recepção dos problemas gerados.
Muitos dos problemas atuais são frutos da degradação ecológica do planeta, até mesmo por que, somos parcela vivente, ecológica e controladora de aspectos de manutenção. Nosso padrão educacional, nosso padrão social fomenta a extrapolação na apropriação dos recursos existentes. Não temos noção de limites, à menos que sejamos limitados, na percepção da escassez dos recursos mínimos às nossas necessidades. Enquanto a cultura contemporânea agrava os processos de apropriação indevida dos recursos naturais, sua comercialização indiscriminada e predatória, a própria cultura da exclusão mostra, nas buscas de alternativas viáveis, caminhos para a provisão de mínimos necessários à sub-existência de muitos. O que não se percebe é que não há, em alguns casos, a escassez de recursos, mas inadequada percepção dos caminhos passivos de gerenciamento de processos de transformação.
É nesse sentido em que a educação, com foco no ambiente e na compreensão dos seus mecanismos de interação, passam a integrar saberes para a formação da consciência cidadã. A educação é o caminho da provisão do conhecimento, capaz de formar cidadãos participativos e capazes de compreender e participar dos processos de transformação natural, de conduzir a construção de um habitat comum, integro e preservado.
É fato que a disponibilização de direitos gera privação, parcelas que detém maior poder de acesso ao conhecimento têm maior poder de intervenção, maior poder de organização e de mobilização. São parcelas passivas de ser estimuladas, mas ativas na manutenção de padrões quando fomentada a sua classificação.Porém, há de se compreender que, não há uma intenção de ser ativo na manutenção de padrões, são necessidades impostas, adquiridas no convívio do próprio conceito de classificação. A falha do atual processo de socialização talvez esteja na provocação da maquinação do ser humano, na privação do direito ao contato com o simples em detrimento da composição finaceira.
E é o simples, a razão da nossa existência, a troca natural entre seres, a partição de elementos, o sentimento do todo, a integração e a ligação que nos faz ecológicos e naturais.
Não há caminho que leve a redução dos processos de degradação natural, ambiental, econômico e humano que não passe pela educação, uma educação voltada ao aprendizado, ao verdadeiro conhecimento, e citando Paulo Freire-1983- os seres humanos se educam reciprocamente, e são mediados pelo mundo- mas para que essa educação aconteça, é necessário a promoção da compreensão do conjunto social integral.
Existe uma real necessidade de promoção do reconhecimento de prover direitos, de estabelecer caminhos para a prática da ética e da equidade social, antes mesmo de fomentar a conservação dos demais recursos naturais, cuja a escassez é fruto da degradação da sociedade humana.
O ser humano têm a capacidade de modificação dos processos atuais de degradação, mas é necessário que exista uma reformulação de padrões de conceitos. Que exista uma melhor distribuição dos deveres humanos para com os seres humanos em prol da consolidação dos princípios estabelecidos pela declaração dos direitos humanos.
E é nesse ponto que a necessidade de participação é mais sentida, quando há a possibilidade de formação de uma sociedade capaz de moldar o ambiente onde está inserido, onde ha a capacidade de intervenção no sentido de sociedade ao qual pretende-se estar inserido.
As limitações existem porque nos impomos a elas, somos donos de verdades múltiplas e desconexas, classificações superficiais que nos beneficiam em parâmetros mínimos, frente as implicações as quais nos expõem.
Não há cidadania onde existe a privação do conhecimento, não há conhecimento onde existe a privação de direitos e não há direitos onde existe a privação do básico necessário. Os caminhos que permitem a superação de degraus sociais são os mesmos que permitem a degradação social/ambiental, analisadas na forma das suas promoções, e a sociedade se espelha nos patamares mais altos, utilizando artifícios da disponibilidade classificatória em que estão viventes.
São marginais das possibilidades, marginais das realidades e marginais das oportunidades, cidadania é um conceito de inclusão, democracia de atuação e participação e preservação, de interação.
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