Gratificante mesmo é olhar o resultado da compostagem que realizo. Para muitos, juntar folhas e resíduos da cozinha, remexer, esperar a degradação, alimentar minhocas, aguardar de seis a dez meses para ver algum resultado é perda de tempo, mas olhando pela minha janela, vejo que que um ano de espera não foi muito, ao contrário, teria me empenhado mais e mais se soubesse dos resultados.
Um dos grande problemas da atualidade é a fome, outro é o lixo. Compostar é uma maneira de reduzir impactos ambientais e produzir adubo, que pode ser usado na produção de alimentos. O que era lixo vira trabalho, terapia, lazer, estudo, saúde e educação. É só uma questão de querer e de gostar.Não me preocupo com o que escrevo, não querendo desmerecer autores e estudiosos, os quais me permitiram iniciar esse trabalho, mas me preocupo em dizer aquilo que penso e aquilo que vejo. Mais que um trabalho acadêmico ou científico, busco mostrar que é possível fazer algo mais pelo ambiente em que vivemos e do qual compartilhamos. E os resultados são tremendamente gratificantes.
Minha horta foi cultivada a partir da compostagem, realizada em pequena quantidade e distribuída entre vasos. Pausada, reiniciada, desconsiderada, desvalorizada e desestimulada, até que umas garrafinhas com morangos resolveram se multiplicar e variar na sua composição. Foram dois meses juntando garrafas, amarrando e adicionando composto, vendo tudo cair por terra, re amarrando e recolocando terra, pensando a melhor maneira e o melhor local para instalá-la, até que um dia foi semeada.
Desde a semeadura até hoje conto 65 dias, se não errei nas contas. Meus morangos produziram os primeiros quatro frutos, do qual um já madurou e foi dado à minha filha. Minhas crianças verdes alimentando minha criança grande!
E hoje tive a vontade de mostrar aquilo que é possível, através da "perda do tempo" disponibilizado para cuidar de um sonho, de um capricho, de uma vontade.
Como não alcancei um ciclo de produção, de pelo menos três meses, como o solo utilizado para encher as garrafas era um solo deteriorado, como não tive uma vontade inicial de realizar, esperando que tudo acontecesse de uma hora para a outra, meus alfaces, rúculas e almeirões são pequenos, mas aprendi a ter paciência e perseverança.
Umas folhinhas de alface, de uma garrafa, umas folhinhas de rúcula, de outra garrafa, umas folhinhas de almeirão, de uma terceira garrafa. Salsa e cebolinha, e quatro tomatinhos.
Pequenas folhas que, por capricho de uma teimosia, se apresentaram as vistas de minha janela, na manhã ensolarada de domingo. Não dá para pensar muito, é desfrutar daquilo que a natureza me dá, é recompensá-la pelo que ela me dá. É participar dos seus ciclos, compartilhar com ela, da sua criação, como a sua criação.
E eis que acabei fazendo algo que não faço com muita frequência, montando um prato do resultado da disposição do lixo que gerei. Resultado de uma teimosia, de uma vontade, de um capricho. E não é que ficou até bonitinho!
E ao chegar a hora do almoço, lembrei de quanto deixamos de fazer por comodidade, por descaso, por desconhecimento e pelas correrias da rotina de trabalho. É, hoje é domingo e também tenho que correr, entro ao meio dia, no trabalho. É a vida, suas correrias e suas implicações, imposições que a sociedade nos impõem. Mas fica o recado, é gratificante, sadio, é barato e é ecologicamente correto.
Servido?
Faça uma horta, essa eu vou degustar com minha filha e minha esposa, e espero a cada um que ler
este post, que possa sentir o que eu estou sentindo! Até mais.
Belo trabalho e maravilhosa postagem. Fotos lindas!
ResponderExcluirEu agradeço, e quero que a ideia se alastre. É o mínimo que podemos fazer, mostrar que dá!
ResponderExcluirUm grande abraço!