Gosto de dizer que a prática da conscientização não pode ser imposta, é uma prática de descoberta de interesses, de vontades e por ultimo, de conhecimentos. Infelizmente, ainda somos meros ouvintes de conceitos sem a manifestação de atitudes, ou seja, temos nossa "porção" ecológica na ponta da língua, mas pouca fluência ativa.
Mesmo que eu queira- e busco constantemente- minhas atividades são, em sua maioria, acompanhadas por pequenos que optam estar na horta, abandonando a bola, os pipas e as atividades lúdicas que fazem parte da rotina da instituição. Ainda somos participantes, sem um espaço definido para as atividades que pensamos.
Mesmo sendo participantes, vez ou outra somos acompanhados pela "Fúria" do ativismo das crianças, e hoje foi um dia de fúria. Meus dois acompanhantes colheram rabanetes, quiabos e abóboras. Uma pausa e vamos preparar e semear mais um canteiro de cenouras, vislumbrar a paisagem enquanto irrigamos os canteiros, descobrir frutos como a romã, entender como as sementes da serralha são disseminadas através do vento.
Assim acredito ser a fomentação da percepção e a compreensão da natureza, embora não exista um espaço e não exista meios para que a nossa atividade se faça integrada, temos alguns momentos em que a porção ecológica flui da pessoinha ainda em formação. Instigar e fortalecer tal atitude é um desafio ao qual venho buscando alternativas, desenvolvendo discussões e labutando buracos no sistema para que exista uma conjunção de diretores, secretários, educadores, funcionários, alunos e voluntários, cada qual no desempenho do papel que lhe cabe em um conjunto, com um objetivo único de formação das pessoinhas que assistimos.
Daí a necessidade de elaborar atividades que fomente a continuidade e a interatividade, que exista continuidade fora do contesto escolar. Os dois meninos me deram uma canseira, duas horas de correria e de repuxos, mas acabaram por me pedir "lição de casa", fico feliz que queiram estar envolvidos e que queiram envolver as suas famílias. Então fizemos as primeiras garrafas de suas hortas, onde aprenderam a cortar, a prepara a terra, a semear e a irrigar a primeira garrafa da horta deles.
De letra em letra eu aprendi escrever meu nome, e ainda hoje escorrego no emprego de palavras e na escrita. Assim se aprende escrever o futuro.
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