quarta-feira, 30 de maio de 2012

Educação ambiental- criando um ecossistema controlado.

Trabalhar a compostagem é um caminho para aqueles que pretendem trabalhar a E A. Interligar ações e reações às realidades das comunidades, inserir visões e reflexões sobre o meio ambiente local e urbanizado. Por se tratar de reciclagem de "lixo, abordamos um processo prático da reciclagem, eliminando um princípio de degradação. Outro fator de relevância e o ciclo natural dos nutrientes que são desprezados pelas populações e, que de certa forma, são imprescindíveis para a erradicação da fome. Um mal que muitas comunidades conhecem por plena convivência, nos limites da pobreza.
Mais que tratar o "lixo", abordamos outros eventos importantes, como a recuperação de uma área degradada. A utilização do composto produzido em atividade de jardinagem, de horticultura, agregado ao trato de um pedaço solo, nos abre possibilidades infinitas para a abordagem e interpretação de processos ocorridos na natureza. Como costumo dizer, os solos urbanos foram férteis quando do início da urbanização, sendo inutilizado pelas vontades e vaidades humanas. A possibilidade de recuperação deste solo, seja em terrenos baldios, residências ou nos nas áreas que compõem as escolas, é uma alternativa que permite demonstrar o surgimento de pequenas mudanças no decorrer das atividades.
Como toda a área degrada, a observação da possibilidade de regeneração natural é respeitada, havendo esta, mantêm-se parte da vegetação existente e incorpora-se novas espécies. No caso da horta, a formação dos canteiros deve permitir o surgimento das espécies dominantes, com a finalidade de favorecer a cobertura do solo, faz-se então um controle da quantidade, permitindo que as novas espécies se sobreponham, os excessos são retirados manualmente, o que permite um revolvimento mínimo do solo. Este solo expõem vermes e insetos que atraem pássaros, que disseminam sementes, surgem novas espécies que brotam do solo. Manter exemplares das novas espécies atrairá insetos e pássaros diversos, diversificando a comunidade biológica. Em um período de treze semanas, conseguimos eliminar uma parte da vegetação predominante no início do processo, nossos primeiros canteiros já apresentam uma vegetação mais diversificada e surgimento de várias espécies de insetos já é visível.
Com a finalização do processo na 1ª leira de composto, sua incorporação no solo nos permitirá iniciar um novo ciclo de recuperação, acelerando a diversificação da fauna microscópica do solo. Novos vermes, bactérias, fungos e insetos surgirão, iniciando-se uma fase de auto controle da diversidade biológica do solo, favorecendo a estabilização do solo e das plantas existentes, diminuindo sua fragilidade e favorecendo um desenvolvimento mais sadio.
Passo à passo, plantas, frutos, insetos, aves, flores, bactérias e fungos se multiplicarão em espécies, falta-nos agora, a introdução de flores que atraia polonizadores. A diversidade de plantas introduzidas até o momento foi pensada, em um primeiro momento, para favorecer o processo de diversificação vegetal, mas já é possível encontrar mudanças em todo nosso ecossistema.




Uma observação,  já fomentamos a vontade de participação de algumas das crianças, o que nos permite presenciar alguns acontecimentos que não poderíamos deixar de mostrar. Uma das crianças fez uma coleta de sementes com os parentes que têm canteiros em hortas comunitárias mantidas pela prefeitura municipal como forma de participação. O resultado foi essa mistura de sementes adicionadas em uma mesma embalagem e que foram semeadas em dois canteiros. Não sabemos se irá ou não, haver germinação, mas acredito na generosidade da mãe Terra e na inocência das crianças.  

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