Se por um lado nós tentamos fomentar a ação da sociedade no que diz respeito ao direito de agir, de efetuar mudanças locais, por outo lado, enfrentamos os desafios de confrontar a cultura instituída na atualidade, onde devemos ser meros patrocinadores dos desejos daqueles que nos proporcionam o direto da cessão dos nossos direitos reais. Somos cada vez mais induzidos à patrocinar ações de preservação em nome da liberdade de consumir e descartar, crentes de que alguém irá realizar nossas ações enquanto desfrutamos do conforto.
Se uma das vertentes está focada na atuação individual, a outra está focada na introdução de um novo modelo de conscientização onde o foco está voltado à abdicação do direito de lucra. As atividades ocorrem em caráter voluntário, ou seja, não há renumeração no que diz respeito ao exercício das atividades.
Assim, a estruturação de uma sociedade ideal deve partir da possibilidade de humanização dos povos, uma sociedade mais justa e mais solidária. O atual modelo de formação das sociedades preza pelo individualismo excessivo, ou seja, somos educados para lutar por direitos individuais, em uma cultura animal de auto defesa contra tudo e contra todos.
A nova sociedade, pensada e divulgada pelos lideres mundiais, é confusa quando aferida a realidade humanitária. Milhões de jovens, adolescentes e crianças, proprietários de sonhos e de uma rebeldia natural, fomentada pela de descoberta do mundo, se perdem nas ações que nós, a atual geração, proporcionamos na nossa omissão, na demonstração das nossas vaidades individuais. Somos pais, avós, professores, vizinhos, amigos omissos. Negligenciamos o nosso dever de educar em nome de vaidades pessoais, seja dentro de casa ou do nosso ciclo social, seja na atuação profissional como educadores. Devemos ser exemplo para a nova sociedade que surge, sob a pena de remediar a sua inconsistência dentro da nossa realidade particular. Enquanto fomentamos a elevação dos índices de IDH, através da adequação da educação para as necessidades de elevação de frequência e de aprovação, retiramos o direito de induzir essa nova sociedade ao conhecimento, seus sonhos e rebeldias são captados e direcionados ao conformismo, quando não ao crime e a própria extinção nas drogas.
Hoje formamos uma população acoada, sofremos as consequências do modelo de sociedade que construímos, uma sociedade onde muitos sofrem a faltam recursos que nos sobra. A ideia do ter a qualquer custo define bem a teórica descrita. A máxima de que a receita da terra é única é relevante também na oposição de um modelo que vise a redistribuição dos recursos aos seus ciclos, sejam eles recursos naturais, culturais ou financeiros. Todas as sobras existentes em um determinado meio são oriundas da finalização em outro. Assim somos causadores dos malefícios que nos afligem, quando exercemos o direito de ter sem nos preocuparmos com as consequências das nossas aquisições, sem nos preocuparmos com os meios utilizados e sem nos preocuparmos com a opinião daqueles que sobrevivem na finalização.
Proponho então um modelo de educação que descaracterize a busca pela pelos apelos do consumo desenfreado, da apropriação cumulativa e da exclusão, voltando às atividades para uma nova sociedade que há de se formar em um futuro próximo, carente de exemplos e de oportunidades, ainda humanizável, moldada no trabalho e no reconhecimento do conjunto que o cerca, na biodiversidade ecológica e sua necessidade, na possibilidade de uma revolução tecnológica que vise um crescimento econômico sustentável, ético e humanitário.
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