Quando pensamos em desenvolvimento social, pensamos em um sistema que possibilite a inclusão- de preferência a nossa própria, ao menos- em um patamar de conforto financeiro capaz de satisfazer as "necessidades" humanas de consumo, lazer, trabalho, educação, saúde, cultura, etc e tal. Esse pensamento é exclusivo do ser humano, sendo que não é saciável à medida em que o tal desenvolvimento acontece, não há limite para o tal patamar de conforto, não há limite para o desejo humano. Como então, trabalhar a E A sem trabalhar a mentalidade humana?
O processo de degradação do meio físico ocorre, principalmente, devido ao processo de degradação do indivíduo humano, que afeta a sua população e que repercute na comunidade que compartilha o mesmo espaço físico onde esta situado. Um indivíduo não tratado da sua degradação social afeta os demais constituintes da sua população e da comunidade local e assim necessita ser tratado individualmente. Por isso não acredito em políticas públicas que visam resolver problemas baseados na amostragem, a unificação das propostas abrange pessoas e exclui pessoas.
Dentro de uma comunidade existem N problemas, causados por N populações e que têm N indivíduos envolvidos de N formas diferentes, não é atoa que são chamados indivíduos, pois são realidades individuais. E como atender as necessidades individuais de cada ente de uma sociedade? Acredito que a educação é o único caminho capaz de tratar a necessidade individual de cada cidadão, primeiro porque este será aquilo que aprende e desenvolverá a competência naquilo que vivencia. Um indivíduo que recebe uma educação de qualidade tem noção de higiene e melhores condições de saúde, é consciente e não se entrega ao mundo do crime e do vício, tem hábitos saudáveis e aprende com facilidade, se adapta às necessidades de trabalho com maior facilidade, tem raciocínio lógico e assimila melhor o conhecimento, é criativo, prestativo e solidário e "humano". Mas a educação de qualidade que nos passam é falha, muito dos problemas sociais são frutos dela, e poderiam ser tratados e minimizados quando inseridos dentro do contexto educacional. E é a primeira educação, fundamental para que se inicie o processo de desenvolvimento sã de um indivíduo, o qual precisa ser continuado e aprimorado por toda a sua vida.
A solidariedade e a cidadania são hábitos que se aprende e que se incorporam ao cotidiano de qualquer indivíduo, uma vez adquirido o hábito, acontece de forma natural e espontânea, impregna e vicia. A educação ambiental tem esse papel, sendo um mecanismo de inclusão social no contesto das decisões daquilo que é pensado dentro da sua realidade local e individual. É uma ferramenta de percepção e de fomentação de aprendizado, de exercício de benevolência, de cooperação e reação. E é nas comunidades que as coisas acontecem, onde as realidades se confundem e se espelham, é nas comunidades que se encontram os caminhos para a preservação do meio em sua totalidade, na união de pequenos atos que se ampliam e se multiplicam, continua e expansivamente até que alcance amplitudes globais.
Assim espero pelas políticas públicas de desenvolvimento social, espero firme e confio, pois nem que seja na maturidade das crianças que ajudo a educar, aconteça com justiça e para a igualdade social, enquanto isso, a população nos ajuda, de dez em dez gramas de sementes, de cem em cem mudas de alface, de postagens em postagens de apoio, de sorrisos em sorrisos e de olhares em olhares. Assim se fazem as verdadeiras políticas públicas sociais, o demais, infelizmente está mais para politicagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário