terça-feira, 26 de junho de 2012

Conscientização para o conhecimento.

Uma das características da educação ambiental é a conscientização quanto a possibilidade de se conciliar desenvolvimento com preservação ambiental. Não é por acaso que a reciclagem é um dos principais caminhos para a conscientização das populações, embora seja uma cadeia ilustrativa-cerca de 98 % do que pode ser reciclado ainda é perdido- a possibilidade de demonstração prática abre caminhos para outras abordagens, não tanto exploradas.
A quantidade de lixo gerado pelas populações é equivalente a quantidade de recursos naturais consumidos, a cada ciclo de disposição, há um ciclo de consumo, um ciclo de produção e um ciclo de exploração. O maior problema está no modo como a extração acontece, os recursos naturais são gratuitos, a terra nos dá sem custos, provém a sua aquisição. Sendo que os recursos naturais são gratuitos, bem comum da humanidade e de todos os seres vivos, qual é a nossa percepção quanto ao processo de economia ao qual estamos inseridos?
Uma das análises que muito uso, na atribuição das minhas atividades é a da justaposição do homem no contexto ecológico, ou seja, somos consumidores daquilo que a terra nos dá, por qual motivo não retribuímos com as necessidades de reposição da terra? Se retiro da Terra meu sustento, como posso deixar que ela se degrade, sendo que, no caso da alimentação, posso produzi-la em meu quintal, a custo quase zero?
Quando analisada desta forma, a produção de bens é menos rentável que a produção de conhecimento, temos tecnologia e infraestrutura para alimentar a Terra e para favorecer a reconstituição da natureza. A cadeia produtiva do plástico, do papel, da borracha, dos minérios e de todas as cadeias sintéticas é pouco explorada devido à falta de conhecimento, a falta de vontade, o excesso de gana. Temos uma riqueza natural capaz de revolucionar a economia, de modificar a forma como atuamos no meio. Tecnologias de biocombustíveis, terras produtivas, ciclos pluviométricos favoráveis, biomas diversificados, grandes áreas oceânicas, clima propenso, um povo pacífico e solidário. O que nos falta é o conhecimento, a vontade de produzir e de inovar.
A conscientização é um ato educacional, sustentada pelo reconhecimento do homem como ser ecológico, capaz de usufruir dos recursos naturais de forma a propiciar a sua manutenção. Capaz de prover um equilíbrio sustentável, capaz de produzir e de disponibilizar riquezas sem destruir as principais riquezas existentes, capaz de compartilhar e propiciar melhores condições de vida para todos os seres vivos, é formar consciência e coerência, é formar pessoas humanas.
Tenho ouvido falar muito em economia verde, cujo sentido remete à um padrão econômico voltado à sustentabilidade ambiental, econômica e social. Não sei se sou capaz de compreender o assunto, a temática envolvida, mas enquanto tivermos uma economia voltada para a captação de recursos financeiros, a sustentabilidade ambiental e ecológica será uma teoria, pessoas estarão famintas, recursos naturais escassos e mercados em crise. Somos capazes de movimentar recursos financeiros à base do conhecimento, do investimento em tecnologias que promovam a não destruição do homem e do seu habitat, de produzir segurança, saúde, educação e alimentação, de favorecer a regeneração da biosfera, é só deixarmos de "explorar", a terra, os recursos naturais, os seres vivos, a economia. É simplesmente querer "trabalhar" o conhecimento, o exercício da criação, afinal, não foi assim que se fizeram as maravilhas da Terra, através da criação? 








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